sábado, 15 de agosto de 2009

Tá tudo muito esquisito

Não sei se são as coisas que estão esquisitas ou se eu é quem ando esquisito demais para entender certas coisas. Ninguém sabe mais o que é direita e muito mesnos o que é esquerda. Ninguém mais ousa por o dedo na ferida e julgar o que é certo como certo e o errado como errado. Tudo se tornou relativo.

Até a Marina Silva, política de garra, história, de pensamentos nobremente coletivos, parece que vai trocar 30 anos de luta no partido que ajudou a organizar para embarcar numa proposta bastante individual. Ela e outros dirão que não, mas o que o PV tem de verde? Dá uma olhada nos seu quadros: mais de 90% são políticos fisiologistas. Falar dos outros é fácil. Então (olhando de dentro), olha o PT! Onde estão os trabalhadores? Hoje o comando e as diretrizes saem dos gabinetes e aos poucos vai-se acabando o único partido orgânico e participativo desse país. O processo de eleições diretas (PED) desse ano poderá ser uma grande oportunidade para voltarmos às origens. Tomara que a companheira Marina pense bastante nisso.

A gente olha o congresso brasileiro, em especial o senado, e vê que aqueles que deveriam estar ali para representar os Estados, o povo, a nação, estão apenas defendendo o deles. A ênfase nos jornais está nos governistas, mas é só darmos uma vasculhada para vermos que a oposição está tão encrencada quanto a situação. Hoje o debate é para provar quem é pior que o pior; quem roubou mais e quem rouba menos. As ideias, os conflitos ideiológicos deram lugar aos conflitos fisiológicos. É o poder pelo poder e só. Antes eram os partidos debatendo os seus programas, hoje os políticos se colocam acima de seus partidos - não há grupo nem instinto coletivo. Onde vai parar este país?

Tá tudo muito esquisito... (ou eu é que tô muito esquisito?)

Rodrigo Souza Leite

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