Depois de mais de uma semana sem postar nada, resolvi voltar. E como é de costume, vou meter a colher de pau em uma conversa que é da nossa conta, mas que dizem que é melhor a gente esquecer e fazer de conta que não é.
Vejamos bem: na primeira postagem eu comecei com "bom sabarense". Depois que você ler o que tenho pra escrever hoje vai se perguntar "é a mesma pessoa?". Olha, só não vou jurar porque cristão não jura (viu!?), mas quase que juro que tentei ser "bom sabarense"... E por falar em sabarense, ontem recebi um conselho bem sabarense. Calma! Talvez eu conte no final. Talvez...
Sempre ouvimos dizer que amor e ódio são sentimentos tão intensos que chegam a ser muito próximos. Geralmente o ódio nasce após o fim de um grande e ardente amor mal resolvido. Dizem também que quem nunca odiou, nunca amou. Aí você me pergunta - "e daí, Rodrigo". Eu te digo: "calma! Deixa de ser apressado (a)!... Então tá... já que você insiste tanto..."
Se olharmos a vida política de Sabará (e não espere que eu conte desde Borba Gato, porque não tô com saco), vamos observar que os fatos desde a redemocratização (gastei, né!?) nos mostram que amor e ódio andam juntos (principalmente na política). Muito bem; vamos ao que interessa. Talvez você não seja sabarense, mas acredito que o que vamos contar ocorre em mais lugares que podemos imaginar.
Havia um prefeito que se chamava Marcelo Dias. Marcelo Dias amava Diógenes Fantini que virou prefeito. Fantini amava Luiz Alves que também virou prefeito. Passado algum tempo, Luiz Alves e Fantini já não se amavam mais.
Fantini como era muito querido, transformou o ódio em sentimento de traição. Isso foi tão forte que não deu outra: Fantini voltou a ser prefeito. Outro final de mandato e " Agora, Fantini? As eleições estão aí... dentre tantos amores não há ninguém digno de ocupar o trono!" Foi então que Fantini amou Wander Borges. E o que aconteceu? Wander virou prefeito! E esse amor foi muito maior. Dizem que Fantini falou que se quisesse colocar uma cabrita na prefeitura, colocava! O amo é lindo e cheio de declarações de afeto, não acha? E Fantini logo pensou: "um amor assim nunca acaba. É bem diferente do primeiro. Agora tá tudo certo; é só a gente alternar no trono."
Só que não foi bem assim. O amor que parecia inquebrável era vidro e se quebrou graças a uma emenda constitucional. A emenda que era pra favorecer políticos que não queriam sair do poder, foi a responsável pelo fim do casamento Wander-Fantini. Desde então, nasceu o ódio entre os dois.
No trono e com a possibilidade que a emenda "FHC outra vez" trouxe, Wander logo pensou "agora é Wander de novo. Não preciso amar ninguém". Continuou no trono derrotando Fantini que tanto o amou.
Mas como no Brasil o sistema é republicano, chegou a hora de Wander passar o trono. Era preciso pensar bem pra não amar errado. Amar errado podia resultar em traição que podeia levar a perda do controle da cidade. Foi então que Wander amou Sérgio Freitas que também virou prefeito. Durante a eleição ninguém sabia quem era Sérgio, mas Wander sabia. E como ele conhecia bem Sérgio e apresentou logo a cidade votou. "Se Wander apresenta... só pode ser coisa boa... " Mas não foi. Sérgio foi odiado por todos que amavam Wander. Podia fazer certo, mas todos achavam que ele estava errado.
Sérgio continuou fiel por todo o tempo que governou. Dizem que apenas sentou no trono, mas o reino continuava com Wander. Sabará já era pequena pra Wander que alçou voos maiores tornando-se o primeiro deputado da cidade. Voando e olhando como águia, Wander percebeu que seu leal prefeito não ganharia eleição. O risco agora era de perder a prefeitura para a oposição.
Conhecendo a tradição de amor e ódio pensou "não podemos deixar a oposição ganhar. Precisamos de alguém confiável que não atrapalhe nossos planos de poder." Mas quem podia ser? Bom gente, se um homem não puder confiar na sua própria família, vai confiar em quem? Portanto, ninguém melhor que o irmão. Então Wander amou William, que também é Borges. E a história se repetiu: William virou prefeito derrotando quem mais odeia seu irmão - Fantini. Parece até coisa de televisão. Derrotou, mas o placar foi apertado. Por pouco Fantini voltava ao trono. E parece mentira, Fantini tinha o apoio de Sérgio que já não amava Wander.
Aí você pergunta - "e a oposição?" Melhor, a antiga oposição agora é situação. William e Wander despertaram um affair por Argemiro que virou vice.
Hoje a história é a seguinte: Wander amou William que virou prefeito. Os dois tem um affair por Argemiro que pode virar amor. Os três odeiam Fantini que odeia os três. E Sérgio? Esse já nem mora em Sabará (dizem que nunca morou)... então deixa pra lá.
E pra fechar: dizem que a velha minissérie "O bem amado" virou filme que estará nos cinemas em breve. Acho que seria bom que todos pudessem ver com um olhar bem sabarense. Qualquer semelhança não passa de mera coincidência.
Quanto ao conselho que me deram e que eu ia pensar em contar no final... não sei se conto agora... vou pensar...
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